Natal

Natal na Segunda Guerra Mundial




Natal e a Segunda Guerra - influência e legados

«Natal

Como é bem sabido, a região de Natal e Parnamirim serviu como base das Forças Aliadas durante a Segunda Guerra Mundial.

Por que os aliados escolheram Natal?

Primeiro, porque precisavam de um local que servisse de base para o envio de material para o Norte da Africa, e Natal é o ponto da América continental mais próximo da África; para ser mais exato, esse ponto é o Cabo de São Roque, a aproximadamente 50 km ao norte de Natal - ponto que está incluído na maioria dos roteiros dos passeios de bugre.

E também não confunda: o ponto mais oriental da América continental fica em João Pessoa, próximo ao farol do Cabo Branco; não obstante, o Cabo de São Roque fica mais próximo da África (é possível incluir uma visita ao Cabo em um passeio de buggy pelo litoral norte).

Outro motivo que fez os aliados se interessarem em ocupar Natal: antes da Guerra, Brasil e Alemanha mantinham boas relações, já haviam se estabelecido várias rotas aéreas entre os dois países (veja a história da Condor), e portanto não era impossível que os alemães, e não os americanos, criassem a base em Natal.

Roosevelt e Vargas se encontram em Natal Para se inteirar do assunto, seguem alguns filmes:
»Trampolim da Vitória, semi-ficcional, 1997.
»Americanos em Natal, documentário da TV Brasil.
»Presidente dos Estados Unidos visita Natal; tão importante era a base, que os presidentes de Brasil e Estados Unidos se encontraram em 1943 para tratar do tema. O encontro foi reconstituído em 2013, e há uma ideia de que essa reconstituição se transforme em tradição anual da cidade.

Essa página traz informações sobre as mudanças trazidas a Natal por conta da ocupação, bem como algumas curiosidades de interesse para turistas.

O legado mais visível da ocupação americana foi o aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim.
Esse aeroporto funcionou como terminal de passageiros desde o final da guerra até 2014, quando foi inaugurado o novo aeroporto de São Gonçalo; desde então, o Augusto Severo continua a abrigar a base aérea militar de Natal.

hidroaviao pousando rio potengi Antes do aeroporto, os voos chegavam e saiam através do rio Potengi.
A área de despacho de carga e passageiros, localizado na margem sul do Potengi, era conhecida como Rampa.
A Fundação Rampa procura preservar a memória desse local, e o site disponibiliza fotos, filmes e documentos de épocas passadas.

Há vários anos, os Governos do Estado e do município anunciam a construção de um museu que oficialmente cuide do legado da Rampa, mas até 2016 as obras estavam paradas.

Contudo, é possível ter a mesma vista dos visitantes daquele tempo.
O Iate Clube de Natal localiza-se em área vizinha à rampa, e, embora fora do roteiro turístico, está aberto a visitação.

Estima-se que, antes da Guerra, a população de Natal fosse de aproximadamente 50.000 habitantes, e que o contingente de soldados estrangeiros chegou a 10.000.
Isso significa que o fluxo de americanos representou um aumento, em curto espaço de tempo, de 20% da população da cidade. Um impacto enorme.

Natal viu várias mudanças de hábitos durante a Guerra.

É fato divulgado na internet que Natal foi a primeira cidade do Brasil a beber Coca-Cola.
De acordo com esse site, a informação não é correta. A Coca chegou de fato ao Brasil para matar a vontade dos soldados americanos, mas veio primeiro a Recife (onde também havia movimentação de militares estrangeiros), e depois veio a Natal.
O uísque também ganhou popularidade no Brasil a partir do Nordeste; veja-se que o primeiro uísque fabricado no Brasil, o Drury's, foi fabricado apenas em 1959 - antes da guerra, intelectuais bebiam conhaque e absinto.

Maria Boa, cabaré em Natal E onde os soldados bebiam seu uísque?
O principal ponto de encontro noturno era a boate Maria Boa; há na internet diversos relatos sobre a boate, a Maria e seu papel na guerra.

A "Maria Boa" foi não apenas conhecida em Natal, como também respeitada, até a morte da Maria em 1997.

Quer visitar (ou re-visitar) o sítio onde estava a Maria Boa?
Graças a esse site, podemos lembrar com certeza o endereço onde se localizava a "Casa de Drinks Maria Boa": rua Padre Olinto, 816, Cidade Alta.

Infelizmente, informa também o mesmo site, hoje o local, numa rua erma, já na descida da Cidade Alta em direção ao baldo, é ocupada por um terreno baldio, à espera da construção de algum condomínio vertical; talvez por meio dessa página seus futuros moradores venham a tomar consciência do significado do local.

Bom, não dá para visitar a boate dos americanos, mas o que se pode visitar hoje?

O maior hotel de Natal era o Grande Hotel, na Ribeira; foi todo reservado para hospedar as autoridades americanas.
O Grande Hotel funcionava num então imponente prédio de três andares onde hoje se encontra o Juizado de Pequenas Causas, na Ribeira (endereço, para pesquisar no Google Maps: Avenida Duque de Caxias, 1510 - Ribeira, Natal.
A Junta é aberta ao público, e até recentemente tinha uma pequena lanchonete com vista para varanda, espaço que um dia foi reservado para oficiais de alta patente.
Atualização: segundo essa reportagem, o Juizado vai desocupar o Grande Hotel, mas o mesmo permancecerá à disposição do Governo do Estado.

Como hospital, os americanos utilizavam as instalações do que hoje é a Maternidade Januário Cicco.
Antes mesmo da inauguração, o então hospital foi requisitado pelos americanos; veja mais detalhes nesse interessante post sobre o médico Januário Cicco.

Para bailes e confraternizações, os gringos se reuniam no AeroClube de Natal.
Até hoje, o "AeroClube" é ponto de congregação da alta sociedade de Natal, e está também aberto a visitação.
Segundo registros, à época da Segunda Guerra, o AeroClube era o ponto limítrofe da urbanização de Natal.

Ou seja, Ponta Negra era uma distante vila de pescadores.
A praia preferida dos militares era a Praia do Meio e suas adjacências; praticamente todas as fotos dos soldados americanos nas praias de Natal foram tiradas na Praia do Meio e Areia Preta.

«Guia Recife     «Guia João Pessoa     «Guia Natal     «Guia Fortaleza