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Observação de aves no Estado do Rio
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Especialistas destacam que o estado do Rio como um todo é privilegiado. Apesar do pequeno tamanho, o Rio abriga 730 das mais de 1.825 espécies registradas no Brasil (número da última atualização, de agosto de 2009) pelo Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos. O país é o segundo em avifauna, atrás apenas da Colômbia.
E pode-se afirmar que a cidade do Rio de Janeiro é muito provavelmente a cidade do mundo com o maior número de espécies de aves: são 511. À primeira vista, a cifra é surpreendente, em vista da grande concentração de pessoas, poluição e asfalto - fatores pouco condizentes com biodiversidade.
O segredo dessa riqueza ornitológica é a existência de habitats variados (algo em que poucas cidades no mundo podem competir com o Rio): florestas, restingas, praias, montanhas, ilhas, manguezais e até mesmo áreas urbanas.
Das 511 espécies, 40 são consideradas urbanas, ou seja,podem ser encontradas em ruas e praças mais movimentadas. Observar essa passarada é, segundo os especialistas e apaixonados por aves em geral, um grande programa na cidade.
Garças na Lagoa, gaivotas e fragatas nas praias e bem-te-vis por todo lado já se incorporaram à paisagem. As saíras-sete-cores - para muitos o mais belo pássaro do Brasil -, tucanos e sabiás também encontram um lugar no Rio.
Algumas espécies, como os maçaricos, são migratórias, moradoras temporárias. Outras, como fregatas e biguás, buscam refúgios nas ilhas próximas à costa. No Jardim Botânico, há tucanos e sabiás-laranjeira. Saíras são companheiros para os que passeiam pelas florestas da Tijuca e do maciço da Pedra Branca.
A questão da preservação também é crítica. A destruição de habitats e a caça predatória são um desafio à sobrevivência de muitas espécies. O estado do Rio concentra o maior número de espécies ameaçadas do continente sul-americano: 82.
Há diversos lugares na cidade recomendados para observação das aves. Com suas matas e montanhas, a Floresta da Tijuca é a favorita dos pesquisadores e observadores de aves em geral. Muitas aves que vivem na floresta, entretanto, fazem incursões (e podem ser observadas) no Jardim Botânico, podendo esticar o passeio até a Lagoa Rodrigo de Freitas. Outros bons locais são o Parque do Cantagalo (relativamente pouco frequentado, apesar da bela vista da Lagoa) e o Forte do Leme, onde os visitantes podem explorar uma pequena floresta à beira-mar.
Cada habitat tem suas peculiaridades para a observação. Em áreas abertas, como a Lagoa, o ideal é caminhar pela orla e ficar atento: por lá aparecem biguás, frangos d'água, garças (várias espécies, inclusive a maior de todas, a moura), martins-pescadores, gaviões, corujas, lavadeiras-mascaradas, fregatas (ou tesourões) entre outros.
Já nas florestas, mesmo as do Jardim Botânico, é preciso ter paciência. Sentar e esperar. Aves de ambientes florestais são naturalmente mais arredias e difíceis de se observar do que as que vivem em áreas abertas. Mesmo assim podem ser avistados tucano-de-bico-preto, beija-flor-de-fronte-violeta, saracura, sabiás e sanhaçus.
Em florestas mais densas, como as da Tijuca e da Pedra Branca, vivem os belíssimos saí-azul (de tons exuberantes), gaturamo-verdadeiro - é amarelo e azul, um escândalo - e a saíra-sete-cores (um pássaro da cor do arco-íris). Mas, com sorte, até no Jardim Botânico é possível se deparar com elas.
Essencialmente urbanos são o bem-te-vi, o pardal, o joão-de-barro, as rolinhas e os urubus. O pombo comum é considerado uma verdadeira praga, um invasor oportunista, que transmite doenças e infesta cidades de todo o mundo.
Mesmo em plena cidade é possível observar aves de rapina, como espécies de gaviões e a coruja-da-igreja. Esses caçadores ficam à espreita de outras aves e roedores nos telhados de prédios e galhos mais altos de árvores.
Os melhores momentos para observar aves são sempre o amanhecer e o anoitecer. As aves se alimentam no início da manhã (por volta das 6h) e no fim da tarde (entre 16h e 18h). São esses os horários em que estão mais ativas.
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