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Fortes de Salvador
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A cidade do Salvador nasceu sob o signo da defesa, eis que o primeiro objetivo colonizatório dos portugueses era assegurar a soberania sobre o território descoberto (ver História da Bahia).
Os Fortes eram os principais elementos do sistema de defesa da capital colonial do Brasil. As velhas trincheiras, baluartes e torres que ocupavam lugares estratégicos de defesa ganharam muralhas e baterias de canhões.
Alguns projetos nasceram da criatividade dos militares portugueses, outros foram desenhados por engenheiros militares das escolas italianas e francesas, contratados pelo governo colonial, e mostram o aproveitamento das condições naturais do terreno, não só para as necessidades de defesa, como também para o exercício da mais bela plasticidade.
Quando o primeiro Governador-Geral, Tomé de Souza, chegou à velha Vila do Porto da Barra, em 1549, o sítio para a sede da administração colonial portuguesa já estava escolhido. Cumprindo ordens de Rei D. João III, Tomé de Souza construiu a cidade-forte no local mais alto e protegido, cercado por pântanos quase intransponíveis e com vista sobre toda a Baía de Todos os Santos.
Os portugueses deram início à implantação de um sistema de defesa que iria evoluir até o século XVIII.
A primeira defesa militar construída foi uma grande muralha de taipa e barro, suficiente contra as flechas dos índios.
Posteriormente, a muralha foi ampliada e reforçada com pedra e cal, ganhando baluartes no lado de frente para o mar (por onde se aproximavam os corsários) e torres encasteladas nas portas voltadas para o São Bento e o Carmo.
No século XVII, a velha muralha deu lugar a um eficiente sistema de defesa em profundidade, com trincheiras, muralhas e fortificações, construídas em lugares estratégicos e armadas de acordo com a evolução da arte da guerra.
Na início do século XVII, a ameaça de uma grande invasão estrangeira levou ao aumento do número de posições fortificadas em Salvador.
Na época, a linha de defesa, formada pelos Fortes de Santo Antônio da Barra, do Mar (hoje São Marcelo), de Santo Alberto, de Nossa Senhora do Mont Serrat e de Itapagipe, e pela bateria de fortificações da Ribeira das Naus, já era estruturada o suficiente para impressionar os invasores.
Em 1624, esse sistema de defesa organizou uma heróica resistência contra os holandeses, mas foi vencido pela grande superioridade do inimigo.
Com a reconquista de Salvador pelos portugueses e espanhóis, um ano depois, o sistema de defesa foi retomado e novos Fortes construídos, enquanto outros eram recuperados e ampliados.
Isso permitiu à cidade repelir, em 1638, o novo ataque da poderosa armada holandesa sob o comando do príncipe Maurício de Nassau (que já havia tomado Recife); essa vitória quebrou o mito da invencibilidade holandesa e fez nascer a mística da Indomável Salvador.
Forte de São Diogo
É interessante observar que cada Forte tinha um patrono, a maioria deles santos masculinos, sendo os de Santa Maria e de Nossa Senhora de Mont Serrat algumas das exceções.
Uma curiosidade: Santo Antônio foi nomeado militar com a patente de capitão, o que permitiu que a ordem religiosa do Santo recebesse um soldo; na hierarquia militar Santo Antônio foi promovido até o posto de tenente-coronel.
Fortes do sistema de defesa de Salvador no século XVIII:
» Forte de São Diogo. Porto da Barra. Ao abrirmos as portas do Forte de São Diogo temos uma emocionante surpresa: a visão maravilhosa da bela imagem marinha da Baía de Todos os Santos, com a ilha de Itaparica no horizonte, uma paisagem eternamente guardada pelo forte. Mais que uma atração histórica, que guarda um visual exclusivo da Baía de Todos os Santos, esse Forte é um importante centro de atividades e de lazer, contando com uma programação cultural e turística com shows e audiovisuais.
» Forte de São Pedro. Rua do Forte de São Pedro. Foi no forte de São Pedro que, pela primeira vez, se rebelaram os militares brasileiros contra o governo colonial português, em 1822, iniciando a guerra pela independência do Brasil.
» Forte de Santo Alberto. Av. Jiquitaia. Com a vitória dos brasileiros em 1823, às 4 horas da manhã de 2 de julho, o mais potente canhão do Forte de Santo Alberto dá o último tiro da Guerra da Independência, autorizando o embarque do governador deposto, coronel Madeira de Mello, e sua armada para Portugal. Este Forte depois da independência ficou conhecido como o "Forte da Largatixa".
» Forte de Nossa Senhora de Mont Serrat. Rua Santa Rita Durão. Conta a lenda que, um dia, estando o presidente da Província inspecionando o Forte, sugeriu ao seu comandante fundir os velhos canhões em peças novas, no que foi prontamente interpelado sobre a que horas do dia Sua Excelência almoçaria, pois desejava mandar um queijo de sobremesa. Ao meio-dia em ponto, como era tradição, o comandante do Forte de Nossa Senhora de Mont Serrat dava o tiro do seu mais velho canhão. Mas dessa vez "o queijo" foi se espetar na parede do Palácio do Governo.
» Forte de Santo Antônio da Barra. Largo do Farol.
» Forte de Santa Maria. Av. Getúlio Vargas.
» Forte São Paulo da Gamboa. Gamboa de Baixo.
» Forte São Marcelo. Baía de Todos os Santos.
» Forte do Barbalho. Rua Aristídes Ático.
» Forte de Santo Antônio Além do Carmo. Praça Barão do Triunfo.
» Reduto do Rio Vermelho. Rio Vermelho.
Veja também essa excelente página (com fotos e informações) sobre os Fortes de Salvador.
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